PitBull Carioca
sexta-feira, 25 de março de 2011
Creatina...Pré ou Pós - Treino????
Fernando Cunha.
Alimentação X Musculação
Muitas pessoas treinam adequadamente, mas sua disciplina termina ao sair da academia. Noitadas, álcool e alimentação inapropriada. Musculação, considerando como um esporte é muito diferente dos outros. Musculação começa quando você acorda e termina quando você dorme. Das 18 horas que você está acordado, você apenas passa 1 a 2 horas na academia. Nessas horas restantes é quando seu corpo realmente colhe os frutos do seu treino.
E como a nutrição é a base de um trabalho de performance e/ou estética, seguem algumas dicas para aperfeiçoar seus resultados:
1- Trace metas. Qual seu objetivo com o treino? Hipertrofia ou definição muscular? Crescer seco? Emagrecer? Condicionamento físico?
2- Coma de 3 em 3 horas. Muita gente acha dificílimo comer de três em três. Não pela dificuldade de adequar os horários, mas sim de ter que preparar algo antes de sair de casa.
Se você está seguindo um plano alimentar que as colações não são nutry, esteja pronto para comer um sanduíche no meio da manhã, ou atum no meio da tarde, por exemplo. Muita gente tem vergonha de levar algo mais elaborado para o trabalho ou escola, com medo de ser motivo de chacota. Se você leva um sanduíche de frango para o lanche, é estranho, mas um pacote de biscoito é normal.
Mas seja razoável, levar de lanche ovo cozido com batata doce e comer dentro de um fórum, também não é adequando. É difícil de comer onde você trabalha ou estuda, suplementação em forma de shakes ou barras hipercalóricas/hiperproteicas sempre são bem bem-vindas, alem de não possuírem a inconveniência do preparo.
Suplementos alimentares são muito potencializados quando associados a uma boa dieta e a um programa de exercícios profissional (musculação e aeróbico). A suplementação na musculação depende dos objetivos, o mais comum é: Whey protein, albumina, hipercalóricos, creatina, HMB, maltodextrina, barras de proteína, barras de carboidrato, nitro, Bcaa, pro hormonais, packs, amino liquido, etc.
Para cada tipo de pessoa existem os alimentos e suplementos que melhor se enquadre ao seu tipo Físico e quantidades apropriadas que lhe dará um melhor resultado, consulte seu nutricionista.
3- Esteja pronto para emergências. Sempre tente planejar onde estará e o que você poderá comer neste lugar. Às vezes saímos de casa e demoramos mais do que esperávamos. Ou vamos para um local onde achamos que terá uma opção saudável para comer e não tem. Assim sempre leve algo consigo ou deixe no carro, armazenado de forma apropriada.
4- Cada um é cada um. Não tente dietas prontas, de revistas ou web sites. Elas são válidas para ter uma noção de opções e sugestões. Mas lembre-se que o metabolismo e as necessidades de cada um são diferentes. Exagerar tanto para cima como para baixo em relação às calorias, carboidratos, gorduras e proteínas, principalmente, pode lhe trazer mais problemas do que benefícios. Isso é o apenas o básico para iniciar um trabalho de nutrição levado a sério. Lembre-se que seus resultados nunca ultrapassarão seus limites.
Fernando Cunha.
Testosterona Natural
[1] Não economize nas carnes! Pesquisas mostram que, ao contrário de uma dieta rica em carne, uma dieta vegetariana pode causar uma queda de testosterona, e que uma dieta mais elevada em gordura promove níveis mais elevados de testosterona do que uma dieta baixa em gorduras. A carne contém colesterol, um precursor de muitos hormônios, incluindo a testosterona. Carne vermelha é rico em zinco, que é um importar mineral para estimular a testosterona. Inclua na sua dieta bife, carne moída magra ou carne assada em pelo menos duas de seus cinco ou seis refeições diárias para manter níveis de testosterona.
[2] Carbos após treino! Você deve estar ciente de que sua refeição pós treino deve ser abundante em carbos simples- cerca de 5 a 6 gramas (g) por quilo de peso corporal. Isso ajudará a estimular a insulina, um hormônio que propicia o seu metabolismo da construção muscular. A razão para o consumo de carbos simples no pós treino é que a liberação de insulina , propicia um ambiente hormonal que suprime o cortisol , um hormônio que destrói o músculo fazendo que seu metabolismo entre em condiçoes catabólicas que bloqueia o estado anabólico. Elevados níveis de cortisol não só destroem o tecido muscular, mas também diminui a testosterona. A ingestão adequada de carbos no pós treino pode ajudar a evitar níveis altos de cortisol , ajudando o recuperação dos níveis de testosterona.
[3] Consumir Proteínas do SORO do leite ( whey ) com glutamina antes da atividade física. Soro de leite ( whey ) é uma proteína fácil de digerir e é rica em aminoácidos de cadeia ramificada (BCAAs). Estudos mostram que consumir BCAAs antes da atividade física ajuda a manter a endurance e os níveis de testosterona. Em termos práticos, 20 g de Whey fornecem cerca de 7 gramas de BCAAs e adicionada de 5 g de glutamina ajudara a manter controlados a relação cortisol/ testosterona. Associe a Proteína do soro ( Whey) e glutamina com uma pequena quantidade de carbos de liberação lenta como a farinha de aveia e misture com água e complemente com outros carbos de queima lenta como batata doce, pão de centeio ou batata yacon. Consuma esta refeição cerca de 40 minutos antes do treinamento.
[4] Suplemente com ( phosphatidilserine ) PS Phosphatidylserine (PS) é um suplemento derivado principalmente da soja. A PS e outros fosfolípides são encontradas na membrana celular. A PS tem mostrado reduzir a elevação cortisol durante o exercício, promovendo a homeostase do organismo e preservando a integridade das proteínas das membranas celulares. Tome 800 miligramas (mg) dia, antes dos treinos pesados para ajudar a controlar os seus níveis cortisol. Mais uma vez, mantendo baixo os níveis de cortisol fará com que você mantenha níveis mais elevados de testosterona.
[5] Optimize a ingestão de VITAMINA C Suco de laranja é uma fonte de carboidratos simples ideal para sua refeição pós treino, e é também uma excelente fonte de vitamina C. Porem você pode optimizar ainda mais se suplementar com mais vitamina C. Uma pesquisa demonstrou que ao suplementar com Vitamina C poderá ajudar a reduzir ainda mais os níveis de cortisol. Tome pelo menos 500 mg de vitamina C no período da manhã com a sua primeira refeição, e 500 mg no final da tarde com a sua terceira ou quarta refeição. Dessa forma você ira minimizar os picos basais de liberação do cortisol do seu organismo.
[6] Não treinar excessivamente! Você sabe se esta entrando em overtraining? Se você seguir uma dieta de alto teor calórico, que inclui pelo menos duas gramas de proteína por quilo de peso corporal por dia e mesmo assim você ainda não conseguem crescer, as chances são que você esteja em overtraining são grandes. Se no seu treinamento você realiza sempre muito longas por mais de uma hora , provavelmente você terá altos níveis de cortisol circulante. Isso, por sua vez, reduzirá a testosterona, dificultando o crescimento máximo que você esta tentando alcançar. Pode até ser difícil de aceitar, mas você precisa de mais descanso , e treinar séries mais intensas porém menos repetitivas , ou seja , reduza o tempo total de treinamento . Se você fizer isso, você começará a notar ganhos em massa e melhorar a vascularização. Tudo isso acontece quando você consegui diminuir o cortisol! Dessa forma aumentará os níveis de testosterona circulante.
[7] Treine!!!!
Fernando Cunha.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Conselhos para você se tornar um fisiculturista profissional
Na adolescência, quando treinava com alguns garotos da minha idade, desejava me tornar um fisiculturista profissional. Era meu sonho.
No entanto sabia que esse esporte é muito competitivo. E existem milhares de pessoas ao redor do mundo que treinam com pesos. Muitos jovens assim como eu, depois de alguns anos de treino, tinham e ainda têm essa ambição de um dia tornarem-se fisiculturistas profissionais, porém a realidade é outra.
A realidade é dura, e apenas poucos realizarão este fantástico sonho. Tenho fé e acredito que você ainda será um deles! E sei que deve fazer tudo o que for possível e o “impossível” para chegar lá!
Ainda que muitas vezes, as coisas na sua história não aconteçam da forma que imagina. De uma boa olhada em sua vida agora, e veja o que pretende e o que tem feito para chegar lá, e faça valer muito a pena não só cada dia, mas também cada treino.
Compartilho aqui com todos vocês o que o Nasser El Sombaty me disse pessoalmente um dia aqui no Brasil: “Treine como se não houvesse o amanha!” Por isso aproveite ao máximo todo o seu tempo aqui na terra! Grato Nasser por suas sábias palavras.
Para alcançar o nível profissional você deve não apenas ser bom. Deve ser verdadeiramente extraordinário. O conselho que quero compartilhar com vocês para ser um fisiculturista profissional é o mesmo conselho que eu daria para uma pessoa se tornar excelente em qualquer coisa que queira fazer na vida: Tenha muita paciência e PENSE GRANDE DE VERDADE!
Deus lhe deu habilidades, e por isso você deve usá-las de maneira sábia. Canalize o seu amor pelo esporte, e para a força que há dentro de você em cada treino que fará!
Se fizer isso, sentirá que um treino será sempre melhor que o outro. Você terá que ser abençoado pela genética, é verdade, isto significa que ela deverá estar acima da média para que no resultado dos seus treinos ressalte sua genética.
Você tem que ser extremamente apaixonado pelo esporte, deve mais do que realmente gostar. Você deve adorar o estilo da musculação para ser um atleta pro. Sua mente precisa estar muito focada nos treinos, e você deve se sentir ser um fisiculturista de verdade. É quase como se isto fosse a sua única razão para você aqui.
É verdade, que este é um estilo de vida difícil de ter, por suas exigências impostas. Organizar o seu dia a dia de forma a poder encaixar suas refeições, aliás este é um aspecto muito importante.
E falando em refeições, terá que aplicar uma boa soma em dinheiro em sua alimentação. Afinal manter uma dieta de qualidade não é nada barato, e como vocês já devem saber, as pessoas de um modo geral se alimentam 3 vezes ao dia, e você precisará comer de 6 a 7 vezes ao dia para ganhar tamanho.
Isto significa comer a cada 2 ou 3 horas! Ou seja, terá que alterar radicalmente sua alimentação. Mas gaste o seu dinheiro de forma inteligente não apenas com o fisiculturismo e sim com outras coisas na vida ao mesmo tempo, afinal muitas vezes esse dinheiro vem suado.
Terá também que administrar o tempo a ser gasto com os seus treinamentos, com pesos, e, além do mais, com os exercícios cardiovasculares. Tudo isso em harmonia com os seus outros compromissos diários.
Além disso, será uma ótima opção investir algum tempo e dinheiro na compra de livros para expandir o seu conhecimento. Estude bastante, biomecânica, cinesiologia, (a cinesiologia é a ciência que tem como enfoque a análise dos movimentos do corpo humano) e fisiologia entre outros assuntos ligados a área. Afinal conhecimento é poder!
Contudo, você irá adicionar elementos ao longo do caminho. Conhecimento e experiência que lhe guiarão pela estrada para ser um fisiculturista profissional. Mas tenha em mente que independente de você se tornar um fisiculturista profissional ou não, será uma grande aventura passar por todo este processo.
Esteja preparado, pois haverá altos e baixos em sua jornada. Acredite no seu sonho e persiga-o, e não deixe que ninguém, mas ninguém lhe diga que não é capaz!
Não seja modesto, confie em você mesmo, seja determinado, visualize e o seu objetivo e mantenha em mente a imagem que você deseja. Escrevi este artigo especialmente para os jovens fisiculturistas que estão experimentando os seus primeiros anos de treinamento.
Fernando Cunha.
domingo, 20 de setembro de 2009
Benefícios do Treinamento com Pesos
1.1 Força: A capacidade de contração dos músculos é conhecidamente estimulada pelo TF;
1.2 Destreza: Como toda atividade física praticada de forma contínua o TF estimula a coordenação neuro-muscular, aumentando a consciência corporal do praticante;
1.3 Velocidade: A velocidade de contração dos músculos é muito influenciada pela genética. O TF não afeta de forma negativa a velocidade da contração muscular, pelo contrário um grupo muscular treinado pode aumentar significativamente a capacidade de aceleração;
1.4 Flexibilidade: Diversos estudos realizados sobre o TF na flexibilidade demonstraram este tipo de treinamento trabalha diretamente na manutenção da flexibilidade e que em alguns casos promove o aumento da mesma;
1.5 Potência: Assim como no caso da força a potência é um dos pontos mais estimulados nos praticantes do TF;
1.6 Resistência anaeróbia: O treinamento com pesos estimula a capacidade de prolongar esforços de alta intensidade;
1.7 Resistência aeróbia: Muito se afirmou que este tipo de treinamento não estimulava a resistência aeróbia, no entanto contatou-se que corredores e ciclistas melhoraram seu desempenho em provas de fundo na ordem de 11 a 13% apenas com a inclusão de treinamento com peso (Santarém, 1999);
2 - Melhoria do sistema osteoarticular:
2.1 Densidade óssea: O TF é o exercício mais indicado para o aumento da massa óssea, pessoas treinadas com peso chegam a apresentar densidade óssea cerca de 40% maior do que pessoas sedentárias;
2.2 Tendões e ligamentos: Tendões e ligamentos ficam mais resistente com o TF. Devido ao aumento da massa muscular através do TF, as cápsulas articulares também ficam mais protegidas, o que diminui o índice de lesões;
3. Diminuição do tecido adiposo: Como qualquer tipo de atividade física, o TF contribui para a diminuição do tecido adiposo, pois aumenta o gasto calórico diário.
4. Aumento da massa magra: Com o passar dos anos o ser humano tende a perder massa muscular, como treinamento de força é possível inverter este processo.
5. Melhoria no funcionamento do coração: O TF melhora a função contrátil do coração. Apesar de ocorrer a hipertrofia das paredes ventriculares, a anatomia e as funções não sofrem nenhuma espécie de alteração.
6. Diminuição da pressão arterial: A pressão arterial das pessoas treinadas com pesos tende a redução.
7. Diminuição do colesterol e triglicerídeos: Com o TF os níveis de triglicerídeos e LDL-Colesterol tendem a diminuir.
8. Prevenção de doenças: Os riscos de doenças como obesidade, aterosclerose, hipertensão arterial, diabetes, osteoporose são menores com a prática do (TF).
9. Melhoria da postura: Aliado com exercícios de flexibilidade o TF poderá melhorar a postura do praticante, desde que orientado de forma correta.
10. Diminuição de dores musculares localizadas: Como existe aumento da força através deste tipo de treinamento, o excesso de esforço para realização de tarefas do cotidiano diminui, bem como as dores musculares causadas por esses esforços.
11. Benefícios psicológicos: Como qualquer outra atividade física, o TF traz uma série de benefícios psicológicos, como o aumento da auto-estima, melhor estado de humor. Todas as pessoas que treinam força trazem para si estes benefícios, mas é importante salientar que Treinamento de Força é algo complexo e que só poderá ser orientado por profissionais com o conhecimento necessário adquirido na Graduação em Educação Física.” (SILVA, 2004)
Finalizando aqui, eu apenas gostaria de acrescentar que faço minhas as palavras do autor e que a partir deste trabalho, nós tenhamos uma visão mais ampla do que o treinamento pode nos trazer além do seu potencial ergogênico.
Fernando Cunha.
domingo, 30 de agosto de 2009
Vitamina C
Ano de 1753.....Naquela época, as longas viagens de navio eram amaldiçoadas por uma estranha doença, o escorbuto. Os marinheiros ficavam prostrados, anêmicos, com dor nas articulações, inchaço nos braços e pernas. As gengivas inflamavam e sangravam. Dentes caíam. James Lind, médico da Marinha britânica, teve a idéia de fazer um estudo durante uma viagem de navio. Dividiu doze marinheiros doentes em seis grupos.
Cada grupo recebeu um tipo diferente de tratamento: cidra, vinagre, água do mar (coitados desses), noz-moscada e outras especiarias, laranjas e limões, e o último grupo ficou com elixir de vitriol - um medicamento à base de ácido sulfúrico (coitados desses também). O grupo tratado com laranjas e limões curou-se da doença em uma semana. Lind (que ilustra o selo em sua homenagem) chegou à acertada conclusão de que essas frutas possuíam um fator anti-escorbuto. Essa pesquisa é o primeiro estudo controlado da história da medicina.
Quarenta anos depois, com base nas conclusões de Lind, a Marinha britânica tornou obrigatória a presença de frutas e legumes frescos a bordo. Hoje, o fator anti-escorbuto presente nas frutas cítricas é bastante conhecido. Trata-se da vitamina C, fundamental na produção de colágeno. Na falta dela, estruturas ricas em colágeno se prejudicam, como gengivas, dentes, ossos, articulações, vasos sanguíneos e pele.
Vitamina C e beleza Como o colágeno é a fibra que dá firmeza e sustentação à pele, a vitamina C é uma grande vedete nos tratamentos de pele. Ela combate a flacidez, suaviza rugas, melhora a elasticidade e ajuda na cicatrização. Também tem forte ação anti-oxidante. Por isso, neutraliza radicais livres, que aceleram nosso envelhecimento. E tem mais: ajuda a combater os efeitos nocivos do sol e a clarear manchas.
Modo de usar O uso tópico da vitamina, em um creme por exemplo, é mais eficiente para o tratamento da pele do que o uso por via oral. A concentração indicada varia de acordo com características da pele. Pode ser aplicada uma ou mais vezes ao dia, associada ou não a tratamentos à base de ácidos, o que fica a critério médico. Há formulações que incluem no mesmo creme vitamina C e filtro solar. A grande dificuldade é manter o produto estável. Por isso, conserve o potinho com o creme em lugar fresco, que não pegue vapor nem muita luz. Se o creme escurecer, é porque a vitamina se degradou e perdeu suas funções.
Tomar vitamina C por via oral além da dose diária necessária para a manutenção da saúde também traz vantagens para a pele? Embora esse ainda seja um assunto controverso, o uso por via oral da vitamina e de outros anti-oxidantes como licopeno, polypodium leucotomos ou chá verde tem merecido a atenção de pesquisadores e médicos que tratam do envelhecimento.
Alimente-se corretamente Para termos boa saúde e boa pele, o que fazemos no dia a dia conta muito. Inclua no seu cardápio alimentos ricos em vitamina C, como laranja, limão, tangerina, acerola, carambola, goiaba, kiwi, manga, melão, mamão, caqui, morango, melancia, tomate, pimentão e brócolis.
Fernando Cunha.
Erros alimentares de quem faz exercícios
Treinar em jejum O jejum deixa o corpo em estado econômico. Com isso, em uma hora de esteira você vai gastar menos energia do que gastaria se tivesse se alimentado. Há quem pense que pode se beneficiar se permanecer em jejum pois o corpo irá utilizar mais o estoque de gordura como energia. Se o treino for aeróbico, a gordura contribuirá mais como combustível, mas também as proteínas do músculo se degradarão para fornecer energia. Se o treino for de musculação, a ausência de carboidratos implicará não só na perda de músculo, com utilização das proteínas, como também na continuidade do exercício.
Fazer dieta de restrição de carboidratos Alguns carboidratos certamente não precisam ser incluídos, como farináceos acrescidos de açúcar ou gordura (biscoitos, bolos, pães brancos, massas, tortas), pois acrescentam muitas calorias vazias e pouco valor nutritivo. Além disso, provocam aumento rápido da insulina, favorecendo o acúmulo de gordura corporal. No entanto, carboidratos saudáveis, como pão integral light, massas integrais, ervilha, lentilha, feijão, arroz integral, milho, aveia, cereal em flocos sem açúcar, torradas integrais, são fundamentais para melhorar o desempenho esportivo como também para garantir uma queima adequada de gorduras.
Consumir suplementos de forma aleatória Os suplementos dietéticos podem complementar a dieta, ao fornecer mais calorias, ou proteínas, vitaminas e minerais. No entanto, o excesso e o uso indiscriminado de suplementos pode prejudicar a saúde. Tanto suplementos protéicos, repositores hidro-eletrolíticos, quanto vitaminas e minerais necessitam de orientação nutricional para compor um cardápio.Erro 4: Não hidratar o suficienteA perda de 2 a 3% do seu peso corporal pelo suor já pode prejudicar seu desempenho esportivo. Seja por falta de hábito ou de atenção, o consumo de líquidos tem sido menor que o desejável para manutenção perfeita do balanço hidro-eletrolítico do corpo, prevenção de câimbras, etc.
Consumir itens mais calóricos com a desculpa "Já que treinei eu mereço" O consumo de alimentos ricos em açúcar, como chocolates, são muitas vezes recompensa por horas de treino. Não crie desculpas desnecessárias, não inclua doces todas as vezes que treinar. Deixe sobremesas para aproveitar naquele dia especial. O mesmo vale para salgados ditos como assados, e muitas vezes riquíssimos em gordura, como quiches e pães recheados. Prefira sanduíches de pão integral light com frios de baixo teor de gordura, iogurtes light e/ou frutas.
Tentar fazer dieta o dia todo, e não resistir à refeição noturna Certamente um dia inteiro de fome acabará por água a baixo quando tiver distante da rotina diária, em casa, diante de uma comida caseira ou, na rua em um evento social. Portanto, a melhor forma de adestrar seu apetite noturno é consumir um bom café da manhã e almoço, e inserir lanches intermediários, um de manhã, mais um ou dois à tarde. Substitua os estoques de salgadinhos, bolachas da despensa por frutas secas, torradas integrais, queijos light, chás e sucos sem açúcar.
Abusar de cápsulas de vitaminas e minerais Os suplementos vitamínicos e de minerais podem ser um componente da dieta, desde que orientado por um profissional especializado. Porém, acreditar que cápsulas conseguem substituir o valor dos vegetais e frutas é um erro. Estes alimentos contêm muito além de vitaminas e minerais, eles são ricos em fitoquímicos, substâncias ativas que previnem doenças como o câncer, fibras e outras substâncias que não podem ser encontradas nas cápsulas.
Fernando Cunha.
7 alimentos indispensáveis para a saúde
7 alimentos indispensáveis para a saúde
Para ter uma alimentação saudável e balanceada é essencial a variação no consumo de alimentos. Cada um tem a sua função e importância na dieta. Mas você sabia que alguns deles exercem funções mais que especiais e não podem faltar na sua mesa? Pois é, nessa matéria você vai conhecer 7 alimentos indispensáveis, que devem estar presentes no seu cardápio, sempre que possível.
Peixe: principalmente os de água fria como salmão, sardinha, atum, tainha e bacalhau, são ricos em ácidos graxos ômega 3. Esse tipo de gordura traz enormes benefícios à saúde. Diminui o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, ajuda a controlar a pressão arterial e auxilia na regeneração das células nervosas diminuindo o risco de desenvolver Mal de Alzheimer. Além do ômega 3, os peixes têm grande quantidade de cálcio, fósforo, ferro e iodo. Não há necessidade de consumir peixe diariamente, em uma frequência de 1 a 2 vezes por semana já está ótimo, de preferência assados, grelhados ou cozidos.
Azeite de oliva: principal representante dos ácidos graxos monoinsaturados, com 83% de ácido graxo oléico. Muitos estudos¹ comprovaram que o consumo moderado de azeite de oliva, devido aos compostos fenólicos, combate a ação dos radicais livres, ajuda a manter os níveis de colesterol total dentro dos limites normais e aumenta os níveis de HDL (colesterol bom). O azeite extra-virgem, contém mais compostos fenólicos que os azeites refinados. 1 colher de sopa de azeite (8g) tem aproximadamente 72kcal.
Brócolis: entre as hortaliças, o brócolis é a que tem maior concentração de ferro, em média 15mg por 100g do vegetal. Além do ferro, o brócolis também é fonte de vitamina C, A, ácido fólico, cálcio, selênio e potássio. Mas a grande vantagem do brócolis está em possuir luteína e bioflavonóides, poderosos antioxidantes.
Alho: fonte de cálcio, ferro, fósforo, magnésio, potássio, selênio e vitamina C. A alicina, substância química que dá o odor e sabor característicos do alho, é a grande responsável pela maioria de suas propriedades funcionais. Entre os benefícios do alho estão: a diminuição dos níveis de colesterol, ação antioxidante, prevenção de doenças cardiovasculares e aterosclerose e diminuição do risco de desenvolver câncer de cólon. Ainda não foi determinada uma quantidade a ser consumida para se obter os benefícios do alho, mas alguns médicos da Alemanha sugerem 4g por dia, o que equivale a 2 dentes de alho. 100g de alho tem em média 134kcal.
Tomate: o tomate e seus derivados são as principais fontes de licopeno, carotenóide que atua no combate aos radicais livres. Alguns estudos sugerem que dietas ricas em licopeno diminuem o risco de ocorrência de câncer de próstata, estômago, pulmão, esôfago, e trazem benefícios para câncer de mama, cervical, pâncreas, reto e cólon. O tomate também é rico em potássio, vitamina C, sódio, cálcio, fósforo, ferro e magnésio. 100g de tomate tem em média 24kcal.
Aveia: além de auxiliar no funcionamento do intestino, devido a grande quantidade de fibras, esse cereal contém betaglucana, fibra solúvel que auxilia na diminuição do colesterol sanguíneo total, no controle da glicemia e pressão arterial, e ainda retarda o esvaziamento gástrico, aumentando a sensação de saciedade. Devido a sua ação no funcionamento do intestino e na diminuição dos níveis de colesterol e pressão arterial, o consumo regular de aveia pode estar associado a prevenção de doenças cardiovasculares e de alguns tipos de câncer como do intestino e do tubo digestivo. 1 colher de sopa de aveia (20g) tem 1g de fibra e 76kcal.
Maçã: fonte de fósforo, potássio, ferro, vitaminas do complexo B e vitamina C. A principal fibra presente nessa fruta é a pectina, que auxilia na redução dos riscos de problemas cardiovasculares e ainda diminui os níveis de colesterol sanguíneo. Segundo recente estudo publicado no Journal of Medicine Food, o consumo de 2 maçãs por dia, num período de 12 semanas, provocou a diminuição, em média de 20% dos níveis de LDL colesterol (o colesterol ruim). É na casca da maçã que encontramos a maior parte as substâncias ativas. 1 maçã (130g) tem em média 78kcal.
Apesar desses alimentos serem indispensáveis, para ter uma alimentação saudável e balanceada é essencial a variação. Consuma diariamente alimentos de todos os grupos alimentares como: cereais, frutas, verduras, legumes, carnes, leguminosas, leite e derivados, e tenha uma boa nutrição.
Fernando Cunha.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Musculação e perda de peso
Primeiro precisamos definir o que é necessário para que ocorra essa perda de peso.
O processo de perda de peso ocorre quando se têm um déficit calórico, ou seja, quando você gasta mais calorias do que ingere.
Parece fácil?
Pois bem, não é tão simples assim, como veremos mais pra frente no artigo.
O gasto energético diário é dividido nos seguintes componentes: taxa metabólica de repouso , efeito térmico da dieta e atividade física . A taxa metabólica de repouso é considerada o maior componente do gasto energético diário, com aproximadamente 70% em média. O American College of Sports and Medicine e a American Heart Association indicam que o gasto energético (gasto calórico) decorrente da realização de uma modalidade de exercício físico deve ficar entre 1.000 e 2.000kcal/ semana. Nesse sentido é amplamente divulgado que o exercício aeróbio, provavelmente por trabalhar grandes grupamentos musculares de forma contínua, é sempre o mais indicado para que se obtenha um alto gasto calórico, devido ao seu maior gasto calórico, o que conseqüentemente ajudaria na perda de peso. Sendo assim é inquestionável a colaboração que o exercício aeróbio tem com relação ao gasto energético durante a sua pratica. Já com relação à musculação, a história é outra.
Alguns estudos demonstraram que a musculação oferece um baixo gasto energético durante a sua prática. Porém fica muito difícil fazer uma analise precisa dos estudos que envolvem esse tema, principalmente devido as mais diversas variáveis que envolvem a musculação, como o intervalo de descanso entre as séries, a ordem dos exercícios, a intensidade do treino, o volume do treino, entre outros. Qualquer afirmação sobre o tema “gasto energético da musculação” ainda me parece precoce, sendo necessários novos estudos com um perfeito controle das mais diversas variáveis da sessão de musculação. Em todo caso, alguns estudos demonstram que o treinamento em circuito na musculação tem um gasto energético maior QUANDO COMPARADO com o treinamento convencional de musculação. Outro parâmetro muito utilizado para se analisar o gasto energético do exercício é o EPOC, também conhecido como o consumo de oxigênio em excesso após o exercício. A uma grande divergência no que diz respeito a real contribuição da musculação no EPOC, tendo alguns estudos encontrados grandes alterações no EPOC durante horas após a musculação, enquanto outros encontraram o retorno do EPOC aos valores de repouso (pré-treino) em pouco mais de 30 minutos, o que contribui pouco para o gasto energético, porém, parece que uma intensidade moderadamente alta com curtos intervalos de recuperação maximiza o processo de gasto energético na musculação através de um maior aumento no EPOC. Então parece mais sensato afirmar que a musculação pode sim influenciar a perda de peso, porém a magnitude desta perda é que é uma coisa a ser melhor estudada ainda. Porém uma associação de musculação e exercícios aeróbios parece ser uma boa forma de maximizar o processo de perda de peso, pois o aeróbio oferece um consumo de oxigênio maior durante o exercício, enquanto a musculação oferece um maior consumo de oxigênio após o término da sua atividade. Porém ao longo da minha carreira como professor de musculação já escutei muitos mitos como “fazer aeróbio perde massa muscular”, etc. Na verdade o processo de perda de peso é um processo catabólico, ou de degradação. A musculação realmente tem a capacidade de preservar a massa muscular maior do que o aeróbio, mas mesmo assim um planejamento errado na hora de montar o seu treino pode sim acarretar na perda de massa muscular. Outra coisa a ser levada em consideração é que a associação dos dois tipos de exercícios pode acarretar em um alto volume de treino (mais de uma hora de treino), e esse alto volume pode acarretar na perda de massa muscular, ou seja, quando for associar os dois exercícios, tem que se levar em consideração que o treino será desgastante e deve-se planejar bem como será feita essa sessão, feito isso a probabilidade de se perder massa muscular será menor. Outra intervenção importantíssima no processo de perda de peso é a alimentação, sendo que uma dieta com carboidratos de baixo índice glicêmico (alimentos de alto índice glicêmico estimulam picos de insulina, o que favorece o acumulo de gorduras), o aumento na ingestão de proteínas quando necessário (a proteína aumenta o efeito térmico dos alimentos devido a sua complexidade na digestão) e a ingestão de gorduras de boa qualidade (Gorduras como o Ômega-3 têm uma importante função de melhorar o perfil lipídico do indivíduo) são indispensáveis para uma perda de peso e uma melhora na qualidade de vida, porém esse tópico de nutrição será abordado em um artigo futuro.
Fernando Cunha.
REFERÊNCIAS
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras de Cardiol. 2007, Vol 88,
Suplemento 1.3 - SBEM. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
I Diretriz Brasileira de diagnóstico e tratamento da síndrome metabólica. Arq Bras Cardiol. 2005;84 (suplemento I).
Otimizando o treinamento de força: programas de periodização não-linear. 1°. ed. Barueri:Manole, 2009. 273 p. 7
Rosca Bíceps na barra W ou na Barra Reta?
Fernando Cunha.
Divisão de treinamentos
Primeira rotina.
A: Ombros, tríceps.
B: Dorsais, gêmeos.
C: Perna completa, abdômen.
D: Peito, bíceps e antebraço.
E: Descanso absoluto.
Segunda rotina.
A: Peito, ombros frontal e lateral.
B: Dorsais, posterior do ombro e gêmeos.
C: Bíceps, tríceps e antebraço.
D: Perna completa, abdômen.
E: Descanso absoluto.
Terceira rotina.
A: Perna completa, abdômen.
B: Peito, ombros.
C: bíceps, tríceps e antebraço.
D: Dorsais, posterior da coxa, gêmeos.
E: Descanso absoluto.
Quarta rotina.
A: Peito, posterior da coxa.
B: Dorsais, bíceps, gêmeos.
C: Ombros, tríceps, antebraço.
D: Perna completa, abdômen.
E: Descanso absoluto.
Quinta rotina.
A: Peito, ombros, tríceps.
B: Perna completa, gêmeos e abdômen.
C: Dorsais, bíceps, antebraço.
D: Descanso absoluto.
Sexta rotina.
A: Peito, bíceps, tríceps.
B: Perna completa, gêmeos.
C: Dorsais, ombros.
D: Descanso absoluto.
Sétima rotina.
A: Peito, dorsais, ombros.
B: Descanso absoluto.
C: Perna completa, gêmeos, bíceps, tríceps.
D: Descanso absoluto.
E: Repete treino A.
Oitava rotina.
A: Perna completa, gêmeos.
B: Peito.
C: Descanso absoluto.
D: Bíceps, tríceps.
E: Ombros
Nona rotina.
A: Peito, bíceps, tríceps.
B: Perna completa, gêmeos.
C: Descanso absoluto.
D: Dorsais, ombros.
E: Descanso absoluto.
Décima rotina.
A: Perna completa.
B: Ombros, trapézio, gêmeos.
C: Dorsais, bíceps.
D: Peito, tríceps.
Como vimos acima nos exemplos mostrados, podemos perceber que há varias maneiras de você dividir a sua rotina de treino, de forma a se adequar melhor às suas necessidades. Também quero salientar que algumas rotinas aqui mostradas dão a opção de poder treinar o mesmo grupo muscular duas vezes na mesma semana. Como vimos na terceira e quarta rotina com o exemplo do treinamento de posterior da coxa. O mesmo exemplo pode ser utilizado para os demais grupos musculares, dependendo da sua necessidade. Outras rotinas sugerem o dia de descanso, no meio da semana. O exemplo da segunda e quinta rotina sugerem um trabalho dos grupos musculares sinergistas que preconizam uma maior recuperação dos grupos musculares atuantes no movimento. Também recomendo exercícios aeróbicos três vezes na semana para manter uma boa condição cardiovascular. Estes poderão ser inseridos após cada sessão de treinamento.
Fernando Cunha.
Além do Limite na Sala de Musculação
Fernando Cunha.
sábado, 13 de junho de 2009
Cafeína como energético e queimador de gordura
- Ter um aumento de energia, instantâneo.
- Aumentar o foco mental.
- Queimar gordura através da metabolização de gordura para energia
As pessoas não usam a cafeína somente para dar aquela energia para o dia-a-dia, ela também é usada por atletas que procuram aumentar sua performance e força. Você também pode ter notado que a cafeína é usada em quase todos os produtos para perda de peso, devido aos seus efeitos na supressão do apetite e redução de retenção de líquidos no corpo. Outro benefício da Cafeína é a sua habilidade de reduzir o tempo de recuperação após um treino, pois ela reduz a liberação de ácido lático.
O usa da cafeína é muito versátil, para conseguir os efeitos esperados dessa substância você pode ingeri-lá na forma líquida(café, chás) ou comprar cápsulas manipuladas, em qualquer farmácia de manipulação pode ser feito.
Se você deseja usar a cafeína como um estimulante, estudos provaram que a dosagem de 100mg até 200mg (uma ou duas chícaras de café extra forte), tomadas três vezes ao dia já são efetivas. Se você está usando para aumentar a performance nos exercícios, 200mg a 350mg uma hora antes do treino é o ideal para maximizar seus efeitos.
Uma nota importante sobre a cafeína é que cada pessoa reage diferente ao uso de estimulantes, e é importante começar a usar em doses baixas e ir aumentando gradualmente para saber qual dosagem é segura para você. Lembrando que cafeína é um diurético, durante o seu uso é necessário tomar muita água ao longo do dia para não ficar desidratado. Não faça uso da cafeína se você tem algum problema cardíaco. Uma dosagem alta de cafeína pode alterar os batimentos cardiacos.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Adaptações Cardiovasculares
Estudos epidemiológicos documentam que a saúde cardiovascular é estimulada pela atividade física, independentemente de haver aprimoramento de parâmetros de aptidão hemodinâmicos. Os efeitos salutares para o sistema cardiovascular proporcionados por qualquer tipo de atividade física parecem estar relacionados com a menor incidência de obesidade, diabetes, aterosclerose, hipertensão arterial, trombose vascular, ansiedade e depressão. Os mecanismos envolvidos já identificados são a elevação da taxa metabólica devido ao aumento de massa muscular, a tendência para o balanço calórico negativo, o aumento da sensibilidade das células à insulina, o estímulo do metabolismo dos carboidratos, a melhora do perfil lipídico do sangue, a redução da sensibilidade dos vasos e do miocárdio à ação da adrenalina, o estímulo à fibrinólise, a redução da agregação plaquetária e a redução do estresse emocional. Assim sendo, do ponto de vista da saúde cardiovascular, qualquer tipo de atividade física é útil, desde que compatível com os níveis de aptidão da pessoa. Todos os efeitos salutares anteriormente citados já foram demonstrados também com relação aos exercícios com pesos. Adicionalmente aceita-se que, pelo menos com relação à atividade física esportiva, ocorram estímulos ambientais para que se evite o tabagismo, o alcoolismo, as drogas, os excessos alimentares e a falta de repouso.
No que diz respeito à aptidão física, os exercícios aeróbios são reconhecidamente superiores aos exercícios com pesos para o objetivo de estimular adaptações hemodinâmicas e no sistema de transporte de oxigênio. Todavia, o treinamento com pesos produz aprimoramento de vários parâmetros hemodinâmicos, embora no caso de alguns deles, de maneira menos marcante comparativamente ao treinamento com exercícios contínuos. Entre esses parâmetros estão a redução da frequência cardíaca, a redução da pressão arterial, a redução do consumo de oxigênio pelo miocárdio avaliada pelo duplo-produto (pressão arterial sistólica x frequência cardíaca), aumento do volume sistólico e aprimoramento de indicadores da função sistólica e diastólica. Deve ficar no entanto que os diversos parâmetros de aptidão aeróbia e hemodinâmica não avaliam saúde, mas apenas aptidão para determinados tipos de esforços físicos. Além disso já se demonstrou que, confirmando o princípio da especificidade do treinamento, as adaptações cardiovasculares de atletas de resistência são inadequadas para o bom desempenho hemodinâmico em esforços isométricos intensos, ao contrário do que ocorre com atletas treinados com pesos. Esforços isométricos são comuns na vida diária de todas as pessoas.
A sobrecarga de volume sanguíneo proporcionada pelo treinamento com exercícios contínuos leva à adaptações anatômicas cardíacas diferentes das proporcionadas pela sobrecarga de pressão dos exercícios com pesos. Basicamente os exercícios contínuos produzem menor hipertrofia das paredes do e maior aumento de câmaras cardícas, comparativamente aos exercícios com pesos. A maior hipertrofia do miocárdio produzida pelos exercícios com pesos é fisiológica, não se acompanhando das complicações da hipertrofia patológica produzida pela hipertensão arterial crônica. As câmaras cardíacas podem aumentar ou não durante o treinamento resistido mas nunca diminuem, como pode ocorrer na doença hipertensiva. Evidentemente atletas de qualquer modalidade que apresentem hipertensão arterial essencial ou não, podem apresentar hipertrofia patológica do miocárdio paralelamente às adaptações de treinamento.
the man
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Crucifixo , Um Breve Estudo
Análise do exercício: Na articulação do ombro, o crucifixo trabalha principalmente os músculos peitoral maior e deltóide anterior. Os músculos serrátil anterior e peitoral menor desempenham uma função importante na movimentação da escápula. Não há ação do tríceps neste exercício, mas, sim, dos flexores do cotovelo fixo na posição.
Com o uso de cabo ou elástico, a maior alavanca da resistência de todo o movimento acontece na metade do entre a posição inicial e a final. Neste ponto, a linha de ação do cabo ou elástico fica perpendicular á mão do executante.
O uso de cabo ou elástico cobre a deficiência (de amplitude) do supino com barra por favorecer aproximadamente 90º de amplitude articular contra aproximadamente 45º com a barra.
Com o uso de cabo elástico, o executante pode ficar na posição horizontal e somente alterar a posição do ombro no sentido da flexão ou da extensão para trabalhar as porções superiores inferior do peitoral maior, respectivamente.
CONSELHOS:
O cotovelo deve sempre, ficar semi-flexionado para evitar lesões nesta articulação. Se permanecer estendido, o foco das forças contrarias (o cabo puxando o e a ulna no sentido da resistência e o peitoral puxando o úmero no sentido do externo) passa a ser nesta articulação. O prévio fortalecimento dos músculos do manguito rotator (supra-espinhal, redondo menor e subescapular) é necessário para diminuir dos riscos de lesão do ombro neste exercício. Evite mudar de direção de maneira muito brusca no final do movimento. É comum fazer isso para utilizar a energia elástica do músculo para ajudar na volta da mão para cima, mas além de aumentar o risco de lesão no ombro e no cotovelo, diminui de maneira considerável a intensidade do exercício. Mantenha uma forte contração do peitoral maior no final da fase concêntrica (momento em que as mãos estão mais próximas uma da outra) por alguns segundos antes de começar a abrir os braços. Esse artifício aumenta bastante a intensidade do exercício. Se esse exercício for realizado em pé, sem apoio nenhum para a coluna, é necessário manter a contração de todos os músculos abdominais e dorsais para manter ótima postura da coluna. Evite também, neste caso, a projeção dos ombros para frente á medida que realiza o exercício. Essa variação sem apoio da coluna é indicada para alunos mais avançados. Isso por exigir maior estabilidade da coluna vertebral e maior controle motor. Evite sobrecargas excessivas. Não é possível realizar este exercício com as mesmas cargas utilizadas no supino, por que tríceps não contribui neste exercício para isolar o peitoral maior. Este mesmo exercício, com a utilização de ao invés de cabo ou elástico, é bem diferente em vários aspectos biomecânicos e , portanto, uma ótima maneira de variar e provocar novos estímulos para o crescimento muscular sem necessariamente ter que mudar completamente de exercício.
No vídeo acima, nosso aluno faz um conjugado entre o CRUCIFIXO/SUPINO (com halteres) no banco inclinado de 30°.
the man
Intervalo de Recuperação entre as Séries e a relação com produção do hormônio do Crescimento VS número máximo de repetições
É comum encontrarmos em uma sala de musculação alguns alunos preocupados apenas com a carga colocada no aparelho, muitas vezes negligenciando uma variável de treinamento importantíssima em uma periodização: o intervalo de recuperação entre as séries. Estudos comprovam que um intervalo curto de recuperação entre uma série e outra diminui o número máximo de repetições realizadas no exercício (1, 2, 3), ou seja, se o objetivo do aluno for evitar o decréscimo do número de repetições no decorrer das séries, o ideal é que o intervalo de descanso seja suficiente para que o aluno se recupere entre uma série e outra. Um aspecto importante a ser considerado sobre os estudos citados é que os voluntários realizaram repetições MÁXIMAS, ou seja, o número máximo de repetições que eles suportaram fazer. Já em academias é comum os alunos realizarem repetições SUBMÁXIMAS, ou seja, encerram o exercício antes de chegarem à fadiga total na série. Porém intervalos curtos de recuperação também têm seus aspectos positivos, principalmente com relação às produções hormonais do treinamento. Já é relatado na literatura que intervalos curtos de descanso podem aumentar a produção de hormônios anabólicos durante o exercício.
Em um estudo recente, Bottaro et al, verificou um aumento maior na concentração do Hormônio do Crescimento em jovens mulheres, em um protocolo de exercícios de força com 30s de descanso entre uma série e outra quando comparados com intervalos de descanso de 60 ou 120 segundos.
Já Athiainen et al, encontraram uma maior concentração de GH em um intervalo de 120s quando comparado com um intervalo de 300s. Os dados desse estudo foram coletados antes e após um período de 6 meses de treinamento de força. Esses resultados indicam que um intervalo de recuperação curto possa provocar um estado anabólico no indivíduo. Esse possível estado anabólico do individuo pode contribuir para que haja um aumento do tamanho do músculo, da força máxima, da potência dos músculos treinados e de adaptações do sistema nervoso (8). Os resultados indicados nesse artigo indicam que não existe um intervalo de descanso “ideal” se tratando de treinamento de força, mas sim de uma correta periodização do treinamento, visando o objetivo do aluno naquele determinado período do treinamento.
Fernando Cunha.
sábado, 30 de maio de 2009
Pré-Exaustão - Treinamento Hipertrofia
A pré-exaustão é um dos métodos mais antigos do treinamento de força. Sua execução consiste em realizar dois exercícios consecutivos, sendo o primeiro de isolamento (uniarticular) e o outro composto (multi-articular), ambos envolvendo um grupamento muscular em comum, como, por exemplo, realizar uma série de crucifico e logo depois uma de supino. Acredita-se que o exercício de isolamento executado antes enfatizaria o motor primário durante o exercício composto, pois a musculatura já se contraria pré-fadigada. No caso do exemplo acima o peitoral.
Bacurau et al (2001) explicam que o trabalho isolado no primeiro exercício diminui a interferência dos demais músculos atuantes no movimento seguinte (multi-articular). Entretanto, há autores que defendem uma explicação oposta. Para Fleck & Kraemer (2004) e Gentil (2005) a execução de exercícios que envolvem pequenos grupamentos musculares antes dos grandes grupamentos, reduziria a ativação dos músculos exercitados no primeiro exercício devido à fadiga, conseqüentemente, favorecendo o trabalho dos demais.
Em estudo publicado por Augustsson et al (2003), foram analisados os efeitos da pré-exaustão nos músculos da coxa, induzida através da realização do exercício de extensão de pernas antes do pressão de pernas. De acordo com os resultados, a execução da mesa extensora promoveu queda na ativação dos músculos do quadríceps femoral durante o pressão de pernas, sugerindo que as alterações podem ter sido direcionadas para outros músculos que não foram avaliados, como isquiotibiais, adutores e flexores plantares.
Um outro estudo publicado nos anais do XI Congresso Brasileiro de Biomecânica, Paulo Gentil, Elke Oliveira, Valdinar Júnior e Jake do Carmo (2005) avaliaram, através de eletromiografia, o uso da pré-exaustão para trabalhar a musculatura do tronco e dos membros superiores, procurando verificar a influência da realização do crucifixo antes da execução do supino reto. O experimento analisou a ativação do peitoral maior, deltóide anterior e do tríceps braquial, e as comparou com as ativações obtidas no sistema prioritário, que utiliza a ordem inversa de execução, primeiro o supino reto seguido do crucifixo.Os resultados demonstraram um aumento significativo na atividade eletromiográfica do tríceps braquial durante o supino reto na pré-exaustão, quando comparado ao sistema prioritário. Nenhuma diferença significativa foi encontrada na atividade eletromiográfica do deltóide anterior e peitoral maior durante o supino reto na pré-exaustão e no sistema prioritário, apesar de uma ligeira queda na atividade do peitoral maior. Assim, os autores concluíram que o uso de um exercício uniarticular imediatamente antes de um exercício multi-articular não leva a um aumento da atividade da musculatura trabalhada no primeiro exercício, mas sim a uma alteração do padrão motor, direcionando o trabalho para os músculos menos fadigados.
É importante ressaltar que o estudo citado acima não coloca em pauta a eficiência do método pré-exaustão com relação aos ganhos de força e/ou hipertrofia muscular e sim demonstra que em exercícios multi-articulares, quando a musculatura primária começa a fadigar o trabalho muscular é redirecionado para os músculos acessórios.
the man
quarta-feira, 27 de maio de 2009
APARELHOS Versus PESOS LIVRES
No passar dos anos, observamos uma invasão e sofisticação de máquinas com o objetivo de melhorar o rendimento dos alunos ou atletas. Estas modificações efetuadas nas salas de musculação responderam a investigações efetuadas no campo de biomecânica, como no da fisiologia da contração muscular.
Os aparelhos com polia excêntrica (Nautilus) e os isocinéticos vieram para suprir a deficiência apresentada pelos pesos livres. Os estudos sobre a fisiologia muscular demonstraram que, um mesmo peso não produz os mesmos níveis de tensão em todo o percurso articular. A resistência variável, do Método Nautilus, constitui uma tentativa de fazer corresponder a resistência a uma força-ângulo. Porém, razões teóricas e mensurações objetivas sugerem que isso poderá não ser possível pelas variações mecânicas existentes de indivíduo para indivíduo. Os aparelhos isocinéticos em sua maioria não proporcionam uma sobrecarga excêntrica importante para ampliar a capacidade dos músculos. Apesar disso, são ampliamente utilizados em reabilitação. Seus dispositivos permitem velocidades de movimento de zero graus por segundo até aproximadamente trezentos graus por segundo. Entretanto, evidência recente (utilizando dispositivos Cybex) sugere que a amplitude do movimento realmente isocinético diminui muito dos movimentos lentos para os rápidos, e que os dispositivos atualmente disponíveis podem não ser mais isocinéticos que os pesos livres através das mesmas amplitudes de movimento (Lander, Bates, Sawhill).
Em 1970, a grande novidade foi o aparecimento, no Brasil, dos aglomerados. Constituia-se basicamente de uma máquina de estrutura central, com várias estações de trabalho, contidas todas na mesma estrutura. Este conjunto de aparelhos permite o trabalho simultâneo de até 1 2 pessoas.
Como vimos anteriormente, os aparelhos apresentam vantagens e desvantagens em relação aos pesos livres. O que observamos durante ao longo dos anos, é que, os aparelhos sofrem grande deterioração, e as firmas não oferecem uma manutanção adequada. Em relação ao não envolvimento, na realização de exercícios, de um grande número de grupos musculares, dentre os quais, os músculos fixadores. A experiência nos mostra que as pessoas treinadas exclusivamente com aparelhos, quando submetidas ao treinamento com pesos livres, constatam um desequilíbrio na barra, com a perda do controle do movimento. Uma pessoa que trabalha nas condições citadas e com peso elevado, ao iniciar o trabalho com peso livre, observa que com este tipo de recurso material não é tão forte como pensava ser com o uso dos aparelhos.
O objetivo dos treinamentos com aparelhos e peso livre são principalmente a reabilitação (fisioterapia), a estética corporal, a musculação competitiva (levantamento básico, olímpico e fisiculturismo) e o complemento a atividades desportivas.
Os distintos trabalhos que podemos realizar com os pesos livres e aparelhos, oferecem excelentes perspectivas no campo de reabilitação.
Obviamente, em determinados casos, os aparelhos isocinéticos são mais indicados, pois podem, com precisão, medir o trabalho que se deve aplicar ao músculo lesionado. Por este motivo, os isocinéticos tem sido utilizados por vários centros de reabilitação.
No campo da estética corporal, os aparelhos vem sendo utilizados em larga escala, porém, em parceria com os pesos livres. Os aparelhos conseguem maior isolamento muscular, ou seja, estimula grupos musculares mais específicos. As mulheres é que tem a maior preferência por este tipo de trabalho. Os pesos livres se mostram mais importantes para o aumento da massa corporal magra, por conseguirem em seus exercícios básicos um trabalho multissegmentar envolvendo um grande número de grupos musculares.
Em relação a musculação competitiva ou no complemento a atividades desportivas, não existe respostas significativas com o treinamento realizado exclusivamente em aparelhos. A performance desportiva está intimamente ligada a uma complexa estrutura de forças e ações perfeitamente sincronizadas entre si : Os treinamentos contra resistência devem contemplar esta coordenação. Os aparelhos treinam músculos como único fim. Os pesos livres podem treinar movimentos, ações, nos quais os músculos são intermediários para o desenvolvimento harmônico de tais ações. Os grupos musculares treinados com pesos livres, se condicionam no e através do gesto desportivo, isto não é possível ser realizado, na maioria dos casos, com os aparelhos. O fisiculturismo é uma exceção na área da musculação competitiva. Por ser uma competição que visa a excelência do corpo, tanto os aparelhos como os pesos livres são muito utilizados, como também o são na estética corporal que já foi mencionada.
Podemos concluir que existem indicações na utilização de aparelhos, são elas:
- Desenvolver determinados níveis de força e trofismo muscular.
- Tratamento fisioterapêutico de lesões musculares.
- Isolamento de algum grupo muscular para o seu fortalecimento
Por outro lado, podemos abandonar a idéia de utilizar aparelhos para melhorar o rendimento no desporto; sua utilização sistemática poderá estancar ou até diminuir a performance do atleta.
Óxido Nítrico - NO2
Os efeitos mais pesquisados do NO são no sistema cardiovascular. O NO é sintetizado nas células endoteliais a partir da arginina e do oxigênio por enzimas chamadas óxido nítrico sintases (NOS) e pela redução de nitratos inorgânicos (Miller & Megson, 2007). Nas células vasculares da musculatura lisa ele atua por vias enzimáticas específicas para promover a vasodilatação (Jeremy et al., 2004), além de inibir a agregação plaquetária (Crane et al., 2005) e ter efeito antiinflamatório (Bath, 1993).
No entanto, é importante notar que a quantidade de NO necessária para produzir os efeitos benéficos é extremamente baixa, sendo que suas propriedades em altas concentrações são totalmente diferentes, especialmente sob estresse oxidativo, situações nas quais ele reage com superóxido para formar peroxinitrito (Miller & Megson, 2007). Nestas circunstancias, o NO é citotóxico e pode ter associação com patologias como carcinomas, condições inflamatórias, artrite, esclerose múltipla, etc.
Suplementação
Recentemente, grande atenção foi dado ao óxido nítrico pelos praticantes de musculação, graças às promessas feitas por fabricantes e vendedores de suplementos alimentares. Como o óxido nítrico é envolvido com o processo de vasodilatação, propagandeou-se que os suplementos prolongariam o inchaço muscular, deixando os músculos maiores, em termos crônicos. Além de mais raramente se falar da possibilidade do NO estar envolvido no processo de sinalização de recuperação muscular, pela sua associação com a resposta imunológica e sua participação na ativação de células satélites.
O NO é sintetizado em uma grande variedade de células, onde atua como um sinalizador autócrino/parácrino. Devido à sua alta reatividade, sua esfera de influência não ultrapassa 100μm a partir de sua origem, com meia-vida de poucos segundos (Miller & Megson, 2007). O primeiro ponto a se considerar sobre os suplementos já surge aqui. Por suas características químicas, não há como se ingerir esse gás por meio de suplementos, portanto não se suplementa óxido nítrico. A maioria dos suplementos que tentam se associar ao óxido nítrico traz em sua fórmula o seu potencial precursor, o aminoácido arginina.
A suplementação de arginina demonstrou promover melhoras nas funções endoteliais em pessoas e animais com patologias específicas, como altos níveis de colesterol, angina e doenças vasculares (Drexler et al., 1991; Creager et al., 1992; Dubois-Rande et al, 1992; Clarkson et al., 1994; Boger et al., 1995; Ceremuzynski et al., 1997; Tousoulis et al., 1997). Entretanto, apesar de existirem resultados convincentes associando a suplementação de arginina com parâmetros cardiovasculares, a forma como a arginina melhora tais funções ainda não é totalmente conhecida, e ainda é questionável se ela realmente exerça efeitos relevantes na quantidade de NO em pessoas saudáveis.
A disponibilidade de arginina não é limitante para a reação da NOS, pois a quantidade de arginina normalmente disponível no organismo excede em milhares de vezes a quantidade necessária para que as reações de síntese de NO aconteçam (Loscalzo, 2000). De fato, estudos recentes revelam que a suplementação de arginina não promove aumentos na produção de óxido nítrico, além de não influenciar a performance nem o metabolismo durante o exercício (Liu et al., 2008), sendo que resultados similares já haviam sido obtidos anteriormente (Wennmalm et al., 1995).
Repetindo a idéia já citada anteriormente, quando de fala em suplementos da via do NO, não se discute o uso de NO e sim o uso de arginina. Nesse sentido, independentemente da arginina aumentar a quantidade de NO, o uso de arginina é comprovadamente ineficiente há vários anos. A literatura científica é consistente em comprovar que a suplementação deste aminoácido não promove melhoras nos ganhos de força ou massa muscular em pessoas saudáveis (Williams, 1999; Campbell et al., 2004; Paddon-Jones et al., 2004). Grande parte dos suplementos contém a arginina alfa-cetoglutarato como principal estrela de suas fórmulas, a qual também não tem efeitos benéficos comprovador para praticantes de musculação. Nesse sentido, um estudo recente comparou o uso de creatina sozinha com o uso de um suplemento comercial que continha creatina adicionada a uma fórmula que supostamente estimularia a produção de NO e revelou que não houve diferença nos resultados obtidos, de modo que os efeitos podem ser atribuídos apenas à creatina (Little et al., 2008).
As propagandas dos suplementos geradores de NO são repletas de impropriedades, a sigla da substância já começa errada, pois NO2 não é óxido nítrico (monóxido de nitrogênio), e sim dióxido de nitrogênio. Outro ponto sinistro é a definição do suplemento como hemodilatador, uma palavra aparentemente inventada pelos vendedores e que, até onde se tem conhecimento, carece de coerência fisiológica. Não se dilata o sangue, como a palavra sugere, se dilatam os vasos, portanto, o termo correto é vasodilator. Outro erro é dizer que os suplementos contem óxido nítrico, algo impossível, como vimos anteriormente devido às características químicas desse gás! A proposta de um efeito vasodilatador constante no músculo treinado seria perigosa, pois causaria desequilíbrios na distribuição de sangue para demais tecidos e órgãos, além de descontrole da pressão arterial.
Só essas incoerências já seriam suficientes para retirar a credibilidade dos suplementos e dos vendedores, pois demonstram uma gritante limitação de conhecimento e carência de fundamentação teórica. Fica difícil entender como se pode vender algo com base em argumentações tão pífias. Os absurdos prosseguem no estudo citado para defender o uso do produto, aqui recomendo uma leitura dos artigos da série “Como somos enganados pela indústria de suplementos”, com especial atenção ao “estudo” conduzido na Universidade de Baylor. Outro ponto, o suposto efeito na arginina na liberação de GH também foi discutido anteriormente no artigo “Estimuladores da liberação do hormônio do crescimento - secretagogues”.
Enfim, com base no conhecimento fisiológico e na literatura disponível podemos concluir com segurança que os suplementos que supostamente atuariam na via do NO não trazem os resultados prometidos. Deste modo, pode-se adicionar tais suplementos à enorme lista de substâncias que não tem efeitos científicos comprovados nos ganhos de força e massa muscular e, pior, que não tem condições fisiológicas de induzir os resultados prometidos pelas propagandas.
Disponível em http://www.gease.pro.br/