Há algum tempo atuando com treinamento com pesos tenho observado que existem diferentes metodologias de trabalho e, até mesmo, divergências entre os profissionais que atuam na área, causando confusão entre alguns praticantes. A realidade é que não existe uma fórmula específica que possa ser aplicada a todos os tipos de pessoas, principalmente em se tratando de seres humanos, visto que não somos apenas um amontoado de carne e que nossa fisiologia não interpreta números matemáticos exatos da forma com que eles são colocados. Entretanto creio que só existem dois métodos quando se trata da obtenção de resultados sólidos, o que funciona e o que não funciona. Vejam bem, isso não significa que exista apenas um tipo de método de trabalho e sim que depende do profissional, no caso personal trainer, identificar quais são os caminhos mais curtos e seguros para atingir resultados expressivos. Atletas campeões como Dorian Yates, Ronnie Coleman, Jay Cutler e Arnold Schwazenneger, utilizavam metodologias diferentes de treinamento, porém, todos eles tinham algo em comum, atingiam a intensidade máxima em seus treinos chegando a falha total da musculatura alvo. Mas como saber qual método aplicar? Bom, primeiramente, nem sempre acertaremos de primeira nessa escolha e em segundo lugar é necessária uma avaliação detalhada das características antropométricas e capacidades físicas do indivíduo, não se esquecendo de utilizar boa parte do tempo despendido com uma conversa, procurando absorver o máximo de informações que possam ser reveladoras para o desenvolvimento do programa de treinamento. Atingir os resultados esperados depende, geralmente, de treinamento, suporte nutricional e descanso adequados, sendo que cada um desses fatores deve levar em consideração as características peculiares do indivíduo. Esses aspectos são compostos por uma série de variáveis que devem ser bem direcionadas por profissionais habilitados e capacitados. No entanto, nosso objetivo nesse artigo é esclarecer as variáveis do treinamento com pesos que podem ser fundamentais para o sucesso do programa. As principais variáveis são o volume e a intensidade do treinamento, essas abrigam outras sub-variáveis como tipo de exercício, carga, intervalo entre séries e exercícios, número de séries e repetições, ordem dos exercícios, quantidade de grupamentos trabalhados, etc. Quanto mais curto é o treino, maior a intensidade e vice-versa. Para indivíduos que buscam uma mudança estética visando aumento da massa muscular e redução da gordura corporal, que é o caso da maioria do público das academias, é interessante que o treino tenha uma intensidade mais elevada, trabalhando poucos grupos musculares com o mínimo de intervalo possível entre as séries e com cargas que permitam atingir a falha da musculatura sem prejudicar a execução correta do movimento, lembrando que o número de séries e repetições não deve ser repetitivo a cada treino, variando de acordo com a carga, o grupo muscular e o exercício. Esse é um exemplo de metodologia a ser adotado para os objetivos citados anteriormente. No entanto, independente da metodologia adotada faz- se necessário oferecer, no período adequado, sistemas diferenciados de treino para evitar a homeostase, já que o organismo humano tende a se adaptar a estímulos repetidos. Outro fator relevante é a intensidade do treinamento, ou seja, é necessário atingir ao menos a falha parcial da musculatura e com o tempo a falha total para que se obtenha bons ganhos. Ao lerem esse parágrafo alguns profissionais que conheço vão imaginar, “esse louco está dizendo que qualquer um pode ir a academia e treinar igual a um culturista”. Não meus caros, o que estou dizendo é que de nada adianta ir a academia brincar com pesinhos coloridos, paquerar e conversar com os amigos, pois para atingir os objetivos é necessário concentração no treinamento, uma sintonia entre corpo e mente, até mesmo para evitar o risco de lesões, lembrando que a intensidade do treino não envolve apenas a carga. Outro fato relevante que tenho notado é que existem dois tipos de pessoas, aquelas que treinam para obter resultados e aquelas que gostam de treinar e, consequentemente, atingem seus objetivos. Pode até não parecer, mas o simples fato de um indivíduo gostar ou não da atividade praticada, influencia e muito o resultado final de um trabalho, afinal alguém conhece algum atleta campeão que não gosta de sua atividade profissional? Além do que, existe uma ligação entre corpo e mente que é fundamental para o anabolismo muscular. Indivíduos que treinam sério para atingir resultados chegam ao limite, já pessoas que gostam de treinar não se conformam com os limites e vão além deles, não ficam estagnados e tem objetivos cada vez mais ousados.
Fernando Cunha.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
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